quinta-feira, 29 de julho de 2010

Dom Quixote

Sugestões de livros...

A festa no céu
Angela Lago

Haveria uma festa no céu, e os bichos sem asas estavam jururus de fazer dó. Mas a tartaruga não se deu por vencida e decidiu que ia ao baile. Será que ela vai conseguir? Um texto lúdico em que o real, o mágico e o fantástico são apresentados em linguagem simples e com belíssimas ilustrações da autora.


Angela Lago, nasceu em Belo Horizonte, em 1945. Viveu na Venezuela e na Escócia. Há vinte anos escreve e ilustra livros para crianças. Expôs seus trabalhos em muitos países e recebeu prêmios no Brasil e no exterior: França, Espanha, Eslováquia e Japão.

Hai Kai

Rio dos gestos seus

   Sob as margens do rio...

 
Sueli do Nascimento

Legalenga e outros poemas...



O girassol

Vinícius de Moraes

 
Sempre que o sol

Pinta de anil

Todo o céu

O girassol

Fica um gentil

Carrossel.

O girassol é o carrossel das abelhas.
Pretas e vermelhas

Ali ficam elas

Brincando, fedelhas

Nas pétalas amarelas.
 
— Vamos brincar de carrossel, pessoal?
— "Roda, roda, carrossel

Roda, roda, rodador

Vai rodando, dando mel

Vai rodando, dando flor".
— Marimbondo não pode ir que é bicho mau!

— Besouro é muito pesado!

— Borboleta tem que fingir de borboleta na entrada!

— Dona Cigarra fica tocando seu realejo!
 
— "Roda, roda, carrossel

Gira, gira, girassol

Redondinho como o céu

Marelinho como o sol".
E o girassol vai girando dia afora . . .
O girassol é o carrossel das abelhas.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Era uma vez...

Pão com manteiga



                                         Sueli do Nascimento



O menino acordou, abriu a janela e correu para cozinha, e adivinha !? Vasculhou o armário, a mesa e o fogão, procurou até encontar um delicioso pão!

Ele posicionou-se na cadeira e deu aquela mordida, mastigou e parou no mesmo instante:

_ Tem algo estranho neste pão!

Deu outra mordida e logo teve a certeza:

_ Peraí, cadê a manteiga?

Pulou da cadeira, largou o pão na mesa e foi procurar sua avó, encarregada de resolver assuntos diplomáticos da família.

Lá estava ela a tricotar e como era ágil nesse ofício, sabia de tudo ao seu redor, mesmo tricotando o ponto mais complexo.

_ Algum problema, querido? – disse ela.

_ Ah, vó... Estamos sem manteiga.

Ela esticou seu tricô, ajeitou seus óculos e vagarosamente, caminhou até a cozinha. Constatou na geladeira que não tinha manteiga:

_ Ah, querido! Não há manteiga nem para remédio! Isso é um trabalho para Gertrudes!

Ela sabia o quanto seu neto gostava de pão com manteiga, aliás, ele trocava qualquer recheio: presunto, queijo, requeijão, doce de feijão, geléia, patê, goiabada, por uma deliciosa manteiga.

_ Puxa, quem poderá me ajudar? – pensou e caminhou em direção ao telefone.

Decidiu ligar para a padaria da esquina, a qual ela era freguesa há quarenta anos.

Encomendou a manteiga e o rapaz que atendeu, fez o maior comercial de uma manteiga caseira... Mas, ela sabia das qualidades do rapaz e seu bom gosto, confiou na escolha e em alguns instantes pode-se ouvir a campainha.

Ao abrir a porta, seu netinho deu de cara com o carteiro que sorridente disse:

_ Telegrama para Srª Gertrudes!

Ela assim que ouviu, dirigiu-se até a porta, assinou o documento de recebimento e cuidadosamente leu o telegrama.

Era de seu filho, e no telegrama comunicava a compra de passagem de ida e volta para Miami. Nem acreditou, passaria vinte dias de férias e mataria a saudades de seu filho.

O menino ainda não entendia muito bem aquela saudade, porque não conhecia o tio, este partiu a trabalho há cinco anos.

Naquele dia, vó e neto comeram o melhor pão com manteiga de suas vidas, afinal, nem sempre nos damos conta de que sentiremos saudades de alguém...